sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Olá galera UNEB

Olá galera UNEB, esse é um recadinho da turma de Letras do Campus XXIII de Itaberaba.
Vamos nos unir família UNEB.
Em breve notícias da turma de Química em luta pelos direitos. DAQ - Itaberaba.



Caros colegas,
Em reunião ocorrida no dia 10 de agosto de 2011, tendo início a partir das 16 h, no auditório da UNEB – Campus XIII, com a presença das professoras Ivete Silveira, coordenadora do colegiado de Letras Vernáculas neste mesmo campus, e Ana Carla Portela, professora regente da disciplina de estágio deste curso, que, vale ressaltar, no mesmo dia entrou com pedido de exoneração da instituição, atuando apenas como colaboradora nesta reunião. Tivemos também a representação discente, em sua maioria alunos do 8º semestre, bem como, três alunos do 6º semestre, ambas as turmas do curso de letras, contando com a presença de três alunos de história e dois do curso de pedagogia.
Tal reunião, que tinha por objetivo a decisão sobre a suspensão ou não do vestibular para o curso de letras neste departamento, não pode ser concluída, devido a grande insatisfação dos discentes presentes com o pequeno prazo estabelecido pelo pró-reitor de graduação, para o posicionamento da comunidade acadêmica. A reunião do dia 05/08/2011, com a presença do pró-reitor Prof. Birtes, nos pareceu mais como um informe deliberativo quanto ao fechamento do curso de Letras em alguns campi da UNEB, situados na região da Chapada Diamantina, inclusive o deste campus. Com o decorrer da discussão, frente ao posicionamento de resistência dos alunos e professores, notou-se uma mudança no tom e da proposta do pró-reitor, quanto a sua opinião inicial, alegando o alto índice de evasão presente neste curso nos últimos anos.
 A resistência teve como suporte para discussão os inúmeros problemas existentes no curso de Letras deste campus, como: a grande falta de professores, a escassez de recursos materiais para o curso (ex: mínimo de acervo bibliográfico), a estrutura física do prédio (o que abrange a casa dos estudantes ainda como projeto, fechado em reunião no mês de julho 2011, levando em consideração que o campus já possui mais de vinte anos, que compreende uma vasta região), o que não garante a conclusão do curso em tempo hábil de quatro anos, ou oito semestres, sendo estes fatores primordiais para desestruturação do curso, corroborando na “evasão” tão enfatizada pelo pró-reitor.
É preciso atentar que este curso foi reconhecido pelo Conselho Estadual de Educação há cerca de 6 ou 8 meses. E que em relação aos demais cursos, História e Pedagogia, o primeiro está ainda em processo de reconhecimento, enquanto o segundo encontra-se com o tempo limite de reconhecimento vencido. Uma das propostas trazidas pelo professor Birtes, foi a de manter o curso de Letras em apenas três campi: Jacobina, Seabra e Irecê, com a justificativa de serem estes os mais consolidados dentre os demais. No entanto, é cabível refletir quanto as condições financeiras dos estudantes para depois se pensar numa migração dos mesmos à outro campus, longe de sua residência, trabalho, família e diversos outros fatores.
Dois grandes receios apresentados na reunião pelos alunos e professores presentes, seria o da suspensão do vestibular seguida do abandono e não manutenção do curso. Pois se não há vestibular, ou seja, uma continuidade do curso, haveria, de fato, um investimento num curso prestes a ser fechado? E se não aceitarmos a proposta da pró-reitoria, poderia ocasionar num estranhamento da parte deles e consequentemente o fechamento do curso como medida deliberativa?
Assim, ficou acordado que pela falta de quórum, não tomaríamos nenhuma decisão no momento, já que entendemos a exigência de um prazo tão curto para decidir o rumo de um curso, que já está vigente há cerca de dez anos na comunidade Itaberabense e região, como um desrespeito e afronta a autonomia e posicionamento político dos indivíduos integrantes da comunidade acadêmica.
E é com grande inquietação que convocamos todos os discentes e docentes, não só do curso em questão, mas todos, a participarem efetivamente da luta para melhoria da qualidade e reestruturação da nossa universidade como um todo. É hora de mostrarmos nossa força e consciência política frente ao descaso com que é tratada a educação brasileira. Fazemos parte dos cursos de humanas, por isso temos o dever de mostrar o quanto queremos ver uma sociedade atenta e reflexiva frente ao sistema opressor.

Atenciosamente,

Jessica Valeria e Rebeca Evangelista.
Estudantes do  6º semestre do curso de Letras Vernáculas no Campus XIII- Itaberaba-Ba.